Competitividade em Declínio e Crescimento Chinês
Críticas à Isenção de Imposto de Importação para Veículos Elétricos
Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), manifestou sérias preocupações sobre a crescente “invasão” de produtos asiáticos, especialmente da China, na América Latina. Durante a divulgação dos resultados da indústria automobilística, Leite fez críticas contundentes à isenção do Imposto de Importação para veículos elétricos em vigor no Brasil desde 2015 e alertou para o declínio da competitividade da indústria brasileira nos mercados latino-americanos.
Proteção à Indústria Nacional
O ponto central das críticas de Leite está na isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, que ele considera prejudicial à indústria local. Ele defende uma alíquota de 35%, juntamente com cotas para veículos elétricos importados, argumentando que isso protegeria a indústria automobilística nacional contra a concorrência estrangeira.
Invasão Chinesa e Queda nas Exportações
Leite descreve a atuação das montadoras de carros chineses como “uma invasão” não apenas no mercado brasileiro, mas em toda a América Latina. Os números apresentados pela Anfavea confirmam sua preocupação, com as exportações de veículos produzidos no Brasil registrando uma queda de 12,8% de janeiro a agosto deste ano. Ao mesmo tempo, a fatia de mercado das montadoras chinesas na América Latina cresceu de 4,6% em 2013 para 21,2% em 2022, enquanto a fatia do Brasil caiu de 22,5% para 19,4%. “Estamos perdendo competitividade em nosso próprio quintal”, alertou o presidente da Anfavea.
Desafio Chinês em 2024
Leite também apontou a entrada das fabricantes chinesas BYD e Great Wall no Brasil a partir de 2024 como uma ameaça, principalmente devido aos custos mais baixos da indústria automobilística chinesa. O grupo CAOA Chery já produz carros da marca chinesa em Anápolis (GO) desde 2018. Para Leite, a chegada dessas marcas representa um desafio considerável para a indústria nacional.