Análise: Operação no Rio de Janeiro e as Reflexões de Comandantes da PMPB

Um episódio recente no Rio de Janeiro voltou a colocar em evidência os desafios enfrentados diariamente pelas forças de segurança em áreas dominadas pelo tráfico. Durante uma operação da Polícia Militar fluminense, policiais foram recebidos a tiros por criminosos que controlavam a região, resultando em confronto e na morte de quatro agentes. O caso repercutiu em todo o país e gerou análises de especialistas e comandantes operacionais.

Entre eles, o Coronel Magno, da Polícia Militar da Paraíba, comandante de Ações Estratégicas do Choque e à frente de outras unidades operacionais, comentou o ocorrido e destacou a dureza da realidade enfrentada pelos policiais:

“Os policiais foram recebidos a tiros. Quatro policiais tombaram — e o ideal é que não houvesse nenhuma baixa.”

Segundo o coronel, criminosos que insistem em confrontar forças treinadas, equipadas e preparadas acabam se colocando em situação de extremo risco. Ele reforça que cada operação tem suas particularidades e que toda ação gera uma reação.

Quem também analisou a operação foi o Tenente-Coronel Cavalcante, comandante da Cavalaria da PMPB. Ele fez questão de lembrar que, ao contrário do que parte da opinião pública imagina, o objetivo da polícia não é matar:

“Nenhuma polícia do mundo sai de casa para matar. Saímos para cumprir nossa obrigação. Mas, ao entrar numa área e ser recebido a tiros, o desfecho não poderia ser diferente.”

O oficial ainda chamou atenção para um ponto importante: mesmo em operações de alto risco, quando não há confronto, vidas são preservadas. Ele citou o exemplo dos 30 criminosos que se entregaram naquela mesma ação no Rio, todos detidos com integridade física garantida e conduzidos à autoridade competente.

E é nesse ponto que entra outra questão levantada pelo Coronel Magno: a reincidência criminal. Segundo ele, o sistema de justiça brasileiro muitas vezes permite o retorno rápido de presos às ruas, contribuindo para que voltem à criminalidade:

“Já prendi indivíduos 20, 21, até 30 vezes — e eles continuam delinquindo. É um absurdo. Se pensássemos em matar, esses mesmos indivíduos não teriam sido presos inúmeras vezes. Mas a verdade é que a polícia prende; quem solta não somos nós.”

O debate é antigo, mas permanece atual: enquanto a polícia cumpre sua missão constitucional de combater o crime e preservar vidas, cabe à Justiça decidir o destino dos detidos. O problema é que muitos reincidem, perpetuando um ciclo difícil de quebrar.

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