No próximo dia 27 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Em alusão a data, o Hospital Municipal Prontovida, realizou, nesta quarta-feira (20), um encontro para debater e conscientizar sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. O momento contou com a participação da equipe da Central de Transplantes da Paraíba acompanhantes de pacientes internos e profissionais da unidade hospitalar.
“Falar em doação de órgãos é falar de amor. A doação envolve muito mais que uma simples autorização e captação, é um processo sensível, tanto para a família do doador quanto para o receptor, e que envolve uma equipe multiprofissional capacitada para identificar potenciais doadores, além de lidar com as famílias em um momento tão difícil, mas que ajudará outras vidas”, comenta a diretora multidisciplinar do Prontovida, Ana Carolina Acioly.
No primeiro semestre deste ano o Prontovida foi o primeiro hospital da rede municipal de saúde a fechar o protocolo de morte encefálica para a captação de órgãos e viabilização de transplante. O procedimento proporcionou a doação de múltiplos órgãos beneficiando seis pessoas.
Na Paraíba, 315 pessoas aguardam por um transplante de córnea, 167 por um de rins, 16 por transplante de fígado e cinco por um coração. De acordo com a Central de Transplantes da PB, em 2023, até a primeira quinzena de setembro, foram realizados 179 transplantes. Desses, 127 foram de córnea, 23 de rins, 19 de fígado e seis de coração.
Dia Nacional – A data, instituída pela Lei nº 11.584/2007, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto. Apesar da ampliação da discussão do tema nos últimos anos, trata-se ainda de um assunto polêmico e de difícil entendimento, resultando em um alto índice de recusa familiar.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou três motivos principais para essa alta taxa de recusa, que não ocorre só no Brasil: incompreensão da morte encefálica, falta de preparo da equipe para fazer a comunicação sobre a morte e, religião.
Transplante de órgãos e tecidos – O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto. A legislação em vigor determina que a família será responsável pela decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.
Podem ser doados, por um doador não vivo, órgãos como rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. E tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias. Após efetivada a doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de lista de espera seleciona seus receptores mais compatíveis.
São potenciais doadores os pacientes assistidos em UTI com quadro de morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que determina a interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro, incompatível com a vida, irreversível e definitivo.
A lei também permite que a pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar órgãos a seus familiares. No caso de doador vivo não aparentado é exigida autorização judicial prévia. Pode ser obtido através de um doador vivo um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.
Para doação em vida, o médico deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.