Funjope abre nesta sexta-feira exposição ‘Óleo sobre o Mar’ da Pinacoteca da UFPB

Funjope abre nesta sexta-feira exposição ‘Óleo sobre o Mar’ da Pinacoteca da UFPB

Óleo sobre o Mar é o nome da exposição que o Hotel Globo recebe, a partir desta sexta-feira (20). A ideia é mostrar a poluição na praia e os danos que causa ao meio ambiente. O trabalho é resultado de um projeto de workshop com alunos do curso de Artes Visuais promovido pela Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A abertura será às 16h.  

“Essa exposição que estamos trazendo para o Hotel Globo tem um duplo sentido e importância para nós. Tematizar e chamar a atenção para a questão ambiental, a relação entre arte e meio ambiente ou como as artes e os artistas podem refletir e pensar a partir dos seus trabalhos a questão do ambiente”, afirma o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.  

Ele observa que a exposição tem esse valor por conta da temática que tem a ver com a poluição que as praias e os mares sofreram, mas é importante também porque, por meio desse trabalho integrado com o professor Gabriel Bichara, estão sendo criados espaços para novos artistas, dando visibilidade a uma nova geração de artistas visuais. “Esse é um trabalho muito importante que a Funjope faz. É o segundo ano que trabalhamos junto com a UFPB e isso nos deixa muito gratificados e contentes pelo resultado que conseguimos apresentar no Hotel Globo”, acrescenta.  

Óleo derramado – O professor do curso de Artes Visuais da UFPB, Gabriel Bechar, explicou que a exposição retrata um pouco do desastre ecológico que ocorreu no dia 30 de agosto de 2019, quando as praias de Pernambuco foram invadidas por óleo derramado. Em pouco tempo, o óleo se espalhou pelos nove estados do Nordeste, com cerca de 200 praias atingidas dois meses depois. O povo nordestino se juntou para limpar as praias, contando com alguma colaboração do Exército. “Tem um significado simbólico essa exposição, ou seja, a resistência do Nordeste diante de agressões”, explica.  

No workshop, a equipe trabalhou com o próprio material poluidor, o piche, e usou placas descartáveis de zinco. Foi a primeira experiência de um trabalho coletivo onde as obras não têm autoria individual. Em paralelo, há uma exposição individual de uma das participantes, Cris Medeiros, também baseada nessa experiência do workshop. Além dela, compõem o grupo Jhez Be, Rodrigo Miranda e Vitchan.  

“Graças à Funjope e ao Hotel Globo estamos trazendo essa exposição que deveria ter acontecido há muito tempo, mas foi preciso adiar por conta da pandemia. É um trabalho do curso de Artes Visuais e minha intenção como curador é dinamizar e incentivar a produção dos artistas do curso de onde está saindo a nova geração de artistas contemporâneos do estado”, acrescenta o professor.  

A exposição é composta por fotografias que mostram a população limpando o piche encontrado nas praias e 10 painéis pintados sobre lâminas de zinco a partir de sucatas deixadas pelas construções no Campus. Neles, a presença do óleo em forma de piche compõe os trabalhos que visam transfigurar no plano plástico a barbárie vândala e, ao mesmo tempo, no plano simbólico.

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